domingo, fevereiro 15

(esperança de um) ponto final.

desejo me livrar desse mundo
do platonismo louco
do teu sorriso bobo
no qual eu mesma me enfiei

quero te arrancar da minha mente
da lembrança descontente
das folhas de caderno
nas quais, eu te enfiei

fantasiar com a nossa alegria
com a mão dada, de dia
sem nenhuma harmonia
isso não dá mais.

quero te perder
te jogar longe desses litorais
quero te esquecer
te entregar aos ventos do passado

e, se seu retrato insistir em fazer o coração bater,
querida, eu não quero nem saber
não irei mais sofrer..

Um comentário:

Anônimo disse...

Eis que no meio dessas coisas velhas da gaveta, entre papeis de contas, rascunhos, propagandas, coisas que eu nem sei por que estão lá, talvez para tentar disfarçar o meu vazio, encontro uma carta dela, ou melhor, uma redação em formato de carta, ainda com o timbre da escola impresso em cada folha, e com nota, um 9,5, quase perfeito, só alguns erros gramaticais do qual ninguém consegue se safar, principalmente eu.

Uma redação com o tema do dia dos namorados, da qual ela faz uma carta de despedida, se despedindo de uma paixão, se arrastando de tal modo que comove até uma montanha de gelo, e nisso tudo ele é apenas tratado como ‘menino’ e ela se despede, assinando ao final da declamação, simplesmente como ‘menina’. E no fim a uma breve nota da professora, falando que o texto possuía exatamente o que era necessário, com toda aquela emoção.

Me lembro exatamente o dia do qual eu fui com ela buscar está redação, se não me engano era um sábado, ela tinha algumas para pegar, eu apenas uma, não era um bom aluno, não que eu tenha melhorado agora também, e o meu misero 7 também mostrava isso, mas em meio a isso eu peguei a redação dela, quase a tomei, para ser sincero, desejando que ela tivesse escrito tudo aquilo para mim.

E eu vivi, por um bom tempo, na cabeça, que aquilo era para mim, só para mim, somente para mim, com aquelas palavras doces, eu a imaginava sussurrando aquilo ao meu ouvido, a única que conseguia me estremecer com suas palavras...

Mas enfim, chegou o fim, o gosto amargo de uma derrota, da qual eu tinha me dedicado de corpo e alma, sai ferido, bem ferido, demorou para me recuperar, mas sai vivo, porem ficou algumas cicatrizes...

Cheguei a imaginar uma situação igual a do filme ‘O segredo de Bronkeback Mountain’, na qual tem o casal principal, do qual eles não podem ficar juntos, por causa da situação, mas eles continuaram a levar a vida separadamente, constituindo família e essas coisas, porem eles se mantém apaixonados, e continuavam a se encontrar, mas eles mesmo não tento uma relação boa com as suas famílias que tinham constituídos, e se amando por anos, eles não ficam juntos... enfim, eu me imaginava chegando nessa situação, eu com uma menina, mas só pensando nela e ela com outro alguém...

mas não iria conseguir manter nada parecido com isso...

incrível como tudo isso volta apenas num abrir de gavetas
e vamos tentando levar a vida assim, com gosto de que poderia ser diferente, e que aquela carta poderia ter sido mesmo para mim.
Esse não querer sofrer, que não controlamos

-nota de um deslumbramento